Com este procedimento inédito, o Hospital São Lucas se qualifica como uma das instituições pioneiras e de referência para o tratamento de defeitos cardíacos, com as técnicas mais modernas e menos invasivas
A equipe de tratamento endovascular de cardiopatias estruturais do Hospital São Lucas, integrada pelo cirurgião cardiovascular, Rui M. S. Almeida, e pelo cardiologista intervencionista, Thomas Coelho Assmann, recebeu o cardiologista intervencionista, German Henestrosa, que veio da Argentina para auxiliar num procedimento pioneiro no Paraná. Trata-se de um implante transcateter de prótese pulmonar realizado, em um paciente de 38 anos, que já havia passado por duas cirurgias convencionais, uma aos dois anos de idade, para correção de uma cardiopatia congênita, Tetralogia de Fallot, e outra aos 16, por apresentar estenose da via de saída do ventrículo direito, que é um estreitamento que prejudica a passagem do fluxo sanguíneo, do coração para os pulmões.
A Tetralogia de Fallot consiste em 4 anomalias: um defeito do septo interventricular, obstrução da via de saída do ventrículo direito e/ou estenose da valva pulmonar, hipertrofia ventricular direita e dextroposição da aorta. A cardiopatia é conhecida por deixar o paciente cianótico, ou seja, com má oxigenação do sangue deixando a coloração da pele arroxeada e extremidades, ao fazer esforços.
O cirurgião cardíaco do Hospital São Lucas, Rui Almeida, foi um dos cirurgiões que operou este paciente quando ele tinha dois anos, ainda num serviço de Cirurgia Cardíaca em Curitiba. “Aos 38 anos, após 20 anos da segunda cirurgia em que tinha sido colocado um tubo valvado, a válvula acabou estenosando novamente. A cirurgia convencional (com a abertura do tórax) teria um risco muito alto, pois o coração nesta condição fica grudado na parte inferior do esterno, devido ao crescimento da parte direita do coração, então ao abrir teria o risco de poder perfurar o coração”.
Em vista deste alto risco, e por ser uma terceira cirurgia, decidiu-se pela técnica de implante de uma válvula por acesso endovascular, que consiste em colocar uma prótese através da veia femoral, passando pela veia cava até chegar ao coração. A válvula, de aproximadamente dois centímetros de diâmetro, é conduzida pelo cateter, sendo que na posição correta ela é liberada pela insuflação de balões, montados no dispositivo que libera a válvula.
O procedimento foi clinicamente bem-sucedido, sendo que o paciente ficou em observação, por 24 horas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e recebendo alta hospitalar após, com excelente evolução.
O protagonismo do Hospital São Lucas em cirurgias endovasculares não é recente. Além do implante de transcateter, o segundo aneurisma de aorta do Paraná foi realizado pela equipe do Dr. Rui Almeida, bem como os primeiros implantes de válvula aórtica percutânea do estado, realizados nas dependências do São Lucas, em vista deste cirurgião ser o primeiro médico do Paraná a possuir certificação das Sociedades Brasileiras de Cirurgia Cardiovascular e Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, para a realização destes implantes.
Com este procedimento inédito o Hospital São Lucas se qualifica como uma das instituições pioneiras e de referência para o tratamento de defeitos cardíacos com as técnicas mais modernas e menos invasivas. “Ficamos contentes em oferecer aos pacientes, de Cascavel e região, o que tem de mais novo no tratamento endovascular de doenças cardiovasculares estruturais, e por conseguir este marco, junto ao Hospital São Lucas, sendo pioneiros neste procedimento no estado do Paraná”, comemora o médico Thomas Coelho Assmann.
A equipe cirúrgica contou com os seguintes profissionais: Enfermeiras Delma Sena Santos e Tatiani P. Karpinski; técnicos de enfermagem Sandra Camargo e Victor da Luz de Jesus Rodrigues; analista de consignados Angela Micoanski; e serviço médico de anestesia CAOP (Clínica de Anestesiologia do Oeste do Paraná).